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Uma conversa com Yvette Centeno




Yvette Centeno (1940) poeta, ensaísta e tradutora portuguesa, é estudiosa da obra de Fernando Pessoa e pesquisa temas relacionados com a maçonaria e o hermetismo. Sua tese de doutorado é sobre o tema a alquimia no Fausto de Goethe e a autora criou o Gabinete de Estudos de Simbologia da Universidade Nova de Lisboa, onde leciona. A obra publicada de Yvette Centeno inclui romances como No jardim das nogueiras (1982), peças teatrais, Saudades do paraíso (1980), Será Deus o dr. Freud? (1995), ensaios, Fernando Pessoa: tempo, solidão, hermetismo (1978), A utopia: mitos e formas (1994) e coletâneas de poesia, como A Oriente (1998), em que dialoga com a estética japonesa e a forma do haicai. A autora, que também traduziu poetas como Bertolt Brecht e Paul Celan, mantém o blog Simbologia e alquimia, onde publica regularmente textos sobre literatura, mística e psicanálise. Yvette Centeno participou das principais antologias de haicai publicadas em Portugal – entre elas Uma rã que salta – Homenagem a Bashô, organizada por Casimiro de Brito (Porto: ed. Limiar, 1995) e De frente para o mar, de David Rodrigues (Coimbra: Palimage, 2010).


 

Zunái: Como surgiu a tua decisão de dedicar-se à poesia? Quais foram as tuas primeiras leituras e referências literárias?


YC: Não foi uma decisão, foi impulso, foi imperativo a que se obedece, como se não obedecer fosse morrer ali mesmo. Lembro Rilke, nas Cartas a um Jovem Poeta: só escrever se para o poeta (ou o escritor) fosse não um gesto fútil, mas algo mais fundo, uma questão de sobrevivência. E como diz o meu amigo Julián Ríos, que escreveu a obra genial LARVA, neo-joyceana, a nossa vida é escrevivir...viver pela escrita. Comecei já mais a sério aos 17 anos, embora os primeiros livros só fossem publicados desde 1961. E ainda não parei, só acontecerá quando morrer. Em criança, li tudo que me caísse nas mãos. No Verão, em casa dos meus tios de Lagos lia os livros do meu primo: as Aventuras do Capitão Morgan, por quem me sentia apaixonada (tinha onze anos...). Mais tarde, aos 12, em Paris, outra casa de tios onde vivi muitas vezes, lia com outros primos as Aventuras de Tintin...No liceu li Júlio Dinis, li Eça de Queirós, Fernando Namora (era amigo do meu pai em Coimbra) mas influência literária de facto, acima de tudo Jacques Prévert que li e conheci bem em Paris, a minha tia fora editora das sua primeira obra poética, PAROLES. Aquele humor era-me tão próximo, influencio as minhas SAUDADES DO PARAÍSO, aqui só editadas em 1983, mas logo muito cedo em Espanha, representadas na Universidade Complutense, pelos seus estudantes, e no Rio de Janeiro, pela Augusta Ferraz, uma montagem que ganhou vérios prémios, com o título NA CÂMARA ESCURA DO MEU CORAÇÃO. É um divertimento, escrevi bastante teatro, fundei o CITAC em 1957 em Coimbra, que ainda hoje existe, traduzi muito, mas em Portugal a falta de sentido de humor atrasou sempre (além da censura) as datas de publicação. De resto a minha cultura foi feita de grandes autores russos, franceses, ingleses, alemães, americanos – fui sempre grande leitora e ainda hoje tento acompanhar o que se faz, e escrevo sobre essas obras no meu blog de literatura e arte, que ainda mantenho.



Zunái: Você nasceu em Lisboa, onde realizou os estudos universitários e graduou-se em línguas germânicas. A partir de 1983, passou a lecionar Literatura Alemã na Universidade Nova de Lisboa. Como tradutora, verteu para o português poetas de língua alemã, como Goethe e Celan. De onde vem o teu interesse pela poesia e pela literatura alemãs?


YC: Estudei Germânicas (era assim a designação, no meu tempo) na Faculdade de Letras em Coimbra, primeiro, e com Paulo Quintela, grande Professor e tradutor, aprendi a amar Goethe, Rilke, outros, como Shakespeare (a literatura inglesa fazia parte do curso), depois em 1959 viemos viver para Lisboa e aqui completei o curso, na Faculdade de Letras, onde conheci grandes Mestres, como David Mourão-Ferreira, que se tornaram amigos. Fiz a minha tese final sobre Robert Musil, O HOMEM SEM QUALIDADES, em Janeiro de 1963. Aos 24 anos, 1964, fui convidada para Assistente e dei as aulas de Teoria da Literatura e de Literatura Alemã, que depois escolhi para doutoramento. Por razões hoje sem interesse saí da Faculdade de Letras em 1969 e depois da Revolução fui convidada pela Prof. Maria de Lurdes Belchior, outra Mestra e amiga, para com outros fundar a que é hoje a Universidade Nova. Eu entretanto já estava com bolsa da Gulbenkian a preparar o meu doutoramento, sobre O Fausto de Goethe, com orientação de Paulo Quintela e especialistas de simbologia, em Inglaterra e em França. Defendi a tese em 1978, passei a Prof. Auxiliar, depois o concurso para Prof. Associada, e finalmente em 1983 assumi a Cátedra (depois da Agregação) de Literatura alemã. Em Letras dera a cadeira de História da Cultura Alemã, atravessando filosofia, teatro e artes, além da literatura. Matérias que sempre acompanhei e tento acompanhar até hoje. A criação artística é o meu middle name, a minha respiração. Descobri a literatura almã, como disse, nos meus estudos e leituras em Coimbra, na Faculdade. Prova de que o ENSINO é importante, e é crime não o fomentar.



Zunái: Como aconteceu a sua descoberta da poesia de Fernando Pessoa? Fale um pouco do impacto desse autor em tua criação literária e no teu pensamento crítico sobre a poesia.


YC: Fernando Pessoa.Nós líamos Fernando Pessoa no secundário, a MENSAGEM Mas em Coimbra descobri Ricardo Reis, que logo me apaixonou, e daí a ler todos os heterónimos, e ele mesmo, nas edição da Mariete Galhós, foi um passo. Já na Universidade Nova, assisti a um seminário que o Prof. Eduardo Lourenço nos veio dar, sobre Pessoa. Nesse tempo, do outro lado da rua, vivia a sua meia-irmã, Dona Henriqueta, e estava a célebre Arca com os papéis. O Eduardo Lourenço interrogou-se, a propósito de Álvaro de Campos: teria Fernando Pessoa lido Whitman? E eu disse-lhe é fácil descobrir, vamos ali a meia-irmã tem a sua biblioteca, eu vou lá ver. A Dona Henriqueta recebeu-me muito bem, senhora amável e generosa, lá estava na biblioteca dele a obra completa de Whitman, e com muitos sublinhados.A partir desse dia, uma vez por semana eu ia a casa dela, e ficava a ler da Arce as dezenas, aliás milhares de papéis soltos, que ele deixara. Eu já tinha pressentido, da sua poesia, que ele tinha marcas de doutrinas marginais, como as Rosa-Cruz, as teosóficas, as maçónicas, e ia escolhendo, entre os papéis os que referiam precisamente essa paixão esotérica, de que ninguém ainda tinha falado,em Portugal. Fui reunindo e publicando, infelizmente deixando que se esgotassem esses meus livros, de que agora não tenho nenhum, é preciso ir à B.N.L. para os ler. Um acaso feliz, de agora, fez com que a editora COMPANHIA DAS ILHAS de Carlos Ciro, no Pico, decidisse recuperar um dos meus volumes, publicados na eETC sobre o PENSAMENTO ESOTÉRICO DE FERNANDO PESSOA. Acabou de sair, já deve estar algures, na Fnac, ou assim. Ele ainda não me disse. Escrevi um pósfácio para essa reimpressão. O impacto: uma vez Pessoa, Pessoa para sempre. Tenho no meu blog muita coisa sobre Caeiro, Reis, etc. Ele não é poeta, é um filósofo que escreve poesia. Um pensador.



Zunái: Você publicou um livro de poemas, A Oriente (1998), em que dialoga com formas poéticas japonesas, como o tanka e o haiku, e ainda com a filosofia zen-budista. De onde vem o seu fascínio por esse repertório cultural tão radicalmente outro?


YC: Tenho várias paixões, e entre essas a sobriedade contida da criação de poets chineses, e japonese. Sabia que o primeiro romance, se chamarmos assim a narrativa em prosa, é escrito por uma mulher japonesa do século X? O Conto de Gengi? E que a Princesa Shikishi, do século XII é a mais célebre cultora, na côrte, dos Haikai? Mas eu comecei por ler, no tempo das minhas investigações para o doutoramento o TAO TE KING, e o YI KING nas traduções do meu Mestre junguiano, em Paris, com quem também trabalhei para a alquimia no Fausto. Hermann Hesse e Jung tinham chamado a atenção para essas culturas distantes, e pouco divulgadas, o interesse real começa nos anos 60 e eu por sorte estava em Paris, e acompanhava, nesses seminários, o despontar de novas formas de pensamento e criação, que trouxe para o que escrevia aqui em Portugal. Havia já excelentes traduções em inglês e francês, por exemplo do LIVRO TIBETANO DOS MORTOS, outra influência grande. Fui sempre continuando. Com Mircea Eliade e a sua História das Religiões fui buscar outras obras fundadoras, e assim tenho as obras dos hindús, dos Maias, dos povos nórdicos –tudo verdadeiras Bíblias de outras culturas, tão ricas como a nossa, a ocidental. O que me move? A curiosidade de saber. Não tudo, é impossível, mas mais...



Zunái: A obra de Wenceslau de Moraes estimulou de algum modo a tua descoberta literária do Oriente?


YC: Não, já a tinha.



Zunái: No livro Entre silêncios (1997) também encontramos alguns elementos da poética tradicional japonesa, como os versos breves, a presença de imagens, os paradoxos, os jogos entre a realidade objetiva e a emoção subjetiva, mas notamos ainda elementos como a reflexão existencial, lembranças da Catalunha e de Berlin, o diálogo com Paul Celan e René Char. Comente um pouco sobre esse livro.


YC: Esse livro é o que diz o título, entre pausas, vou lendo e escrevendo conforme ocorre no meomento, por vezes em viagens, como em Macau, Catalunha, ou Berlim. Nunca escrevi por imposição-agora escrevo! Sempre escrevi e continuo, por impulso que vem de dentro. Às vezes acoro com uma linha na cabeça, essa puxa outra e outra e acontece um poema. Nota-se muito nestes meus últimos livros o DIZER, e o EXISTIR. E no que estou agora a preparar, com título roubado a um quadro do Pedro Chorão, pintor que adoro: VENTANIAS. Celan foi especial: descobri a sua obra na Alemanha, a língua do seu inimigo, e durante anos li e reli os seus poems, com intenção de traduzir, o que fiz a meias com João Barrento, em SETE ROSAS MAIS TARDE. Mas demorámos anos, e com Celan, até pela dificuldade de o traduzir, aprendi a depuração da linguagem, o ritmo contido, a imagem dura. Aquele célebre verso de que “o menos é mais” serve-me de modelo e lição todo o tempo. Não encho com palavras, só para fazer mais páginas...quando disse o dito aí acabo.



Zunái: Você é uma estudiosa da simbologia, da alquimia, da cabala, do esoterismo. A pesquisa nesse campo conversa de algum modo com a tua produção literária?


YC: Claro, impossível que tal não acontecesse, mas não é na poesia, é nos meus ensaios de investigação ou em prosa de ficção quando abordo o significado de algum sonho. Está muito explicado nos volumes de SINTOMAS, espécie de diário que é também outras coisas, e fiz no createspace da amazon, aqui não quiseram publicar. Estão lá os anos de 2013-14 e 2015-6. Faltam 2017-18 e o último que gostava de publicar já em Portugal ( na amazon é preciso ir lá, não surge em livraria): SINTOMAS II (para acabar) 2019-2021. Está pronto e inédito, mas penso que não me publicarão, não são livros de divulgação, os que faço...



Zunái: No jardim das nogueiras (1982), um dos romances que integram a tua obra ficcional, é construído como se fosse um longo poema em prosa, em que o enredo e as peripécias acontecem no mar da linguagem, sem a preocupação de apenas contar uma história, conforme a lógica do realismo-naturalismo. Comente o processo de criação desse livro.


YC: Ah, oJardim das nogueiras, com a capa maravilhosa da primeira edição, do Vítor Simões, era o meu retrato de vibração marinha... querido amigo que faleceu no ano passado...foi um livro escrito à velocidade da paixão, quando estive em Córdoba e em Granada no Alhambra, e me lembrei da saga do Último Abencerragem, de que tenho a edição do século XVI, e de quem a minha avó Rosa, de Tavira, me dizia que tínhamos descendido (o lado Maldonado). Quando foram perseguidos e expulsos de Granada por Isabel a Católica ele escapou e refugiou-se em Tavira, a terra das belas lendas que dão nome por exemplo ao rio Séqua, no início do rio Gilão, muda de nome debaixo da ponte onde o Cavaleiro Gilão e a princesa Séqua se encontravam, de noite, nos seus amores. Denunciados, atiraram-se ao rio, um para cada lado, e o rio de Tavira tem dois nomes...não é lindo? Escrevi no livro (também no createspace da amazon: LENDAS E BRUXARIAS, para crianças). Mas esse volume esgotou, na Bertrand, e depois foi recuperado, sem a bela capa da primeira edição, pela ASA. Não sei se ainda existe...eu agora procuro os meus livros em antiquários, às vezes tenho sorte, outras não. Escreve-se aos trinta anos como não se escreverá aos oitenta, é um livro irrepetível. Com o Vítor Simões, também para a Bertrand já tinha feiro O MIGUEL e o GIGANTE, com as suas ilustrações, um livro para crianças de que só tenho um exemplar, e o meu filho Miguel outro, que não empresta a ninguém. Belo, simples e sem que pareça,pedagógico, concebido para crianças de 4 anos, a pedido da Piedade Ferreira, grande senhora dos livros da Bertrand, depois da Difel e hoje em dia na LEYA, com o Lobo Antunes. Uma dôr de cabeça, diz ela. É dona da Quetzal, com o marido, o Rogério Petinga. Quem me dera que eles me publicassem agora os Sintomas II, para acabar. Mas não me atrevo a pedir, não queria receber outro não...



Zunái: Há poucos anos, aconteceu o falecimento de Herberto Helder. Houve diálogo entre vocês? Como você o considera no panorama da literatura portuguesa?


YC: Herberto Helder. Foi assim, eu estava na Faculdade, mas a Ática, com David Mourão Ferreira e Helena Cidade Moura já me tinham publicado o OPUS I pequan mas elegante edição, bem recebida Pedem-me que leia um origina, para publicar ou recusar, de A COLHER NA BOCA, de Herberto Helder. Levei, li, e exclamei finalmente uma Obra de verdadeira originalidade, rompendo com os limites do imaginário português, torrencial, genial, como só um Lautréamont ou um Rimbaud poderiam ser. Claro que se deve publicar, e de imediato: será o maoir poeta do ano, e de sempre...como de facto veio a ser. Éramos amigos pelo gosto de leituras comuns. Ele tinha vindo da Madeira, que odiava, tinha ficado por Bruxelas e arredores, lido muito, vivera o prazer do surrealismo de escrita de associação livre de discurso e imagem, e tudo na COLHER NA BOCA ali transparecia. Um grande autor, muito inspirado e que daria à língua e à literatura moderna portuguesa uma abertura nunca vista. Fomos sempre amigos. Naqueles anos 6o eu ia ter com ele de manhã a uma Gelataria que havia na Praça do Saldanha, eu tomava café ele lia ou escrevia, eu nunca o incomodava. Mandva-me os seus livros, lia os meus, que às vezes me contava em cartas que já nem tenho. Interessou-se, como eu, pela simbólica alquímica. Jogou sempre com os vários sentidos que as palavras soltas lhe iam oferecendo, ora rosas, ora sangue, o da mulher, os corpos que evocava. Era física, era corporal, a sua poesia.Com o tempo foi-se tornando mais abstracta.Quando ainda ivo aminha nora Marian, ilustradora e pintora, fez uma tese de doutoramento sobre OS PASSOS EM VOLTA, com uma exposição dos desenhos na Abysmo (outro amigo que faleceu). O Helder a quem ela pedira licença, claro, depois e rceber o livro com os desenhos escrevu uma longa carta agradecendo o cuidado e o saber com que ela tratara os textos, muitos de difícil leitura... Tenho a sua obra toda, no que chamo a estante dos amigos. Claro, depois de morto, entraram os abutres e começou a devoração. Todos se julgam iguais a ele, que não é igual a ninguém. Escrevi nos meus blogs de literatura, que se tornaram um espaço de ensaio, quando percebi que não mais seriam publicados por aqui, embora muito lidos no Brasil e nos EUA, com espanto meu. Tenho nos meus últimos livros, no DIZER poema em sua memória. Além do blog.



Zunái: Como você vê o momento histórico em que vivemos hoje, marcado pela guerra, fome, exclusão social e intolerância em todos os níveis?


YC: Leia tudo na minha UCRÂNIA INVADIDA, está nas ONDAS...ou pode ir ao amazon uk e procurar os anos dos SINTOMAS. Em tudo o que faço o país e o mundo se atravessam. Talvez por isso só os editores maigos, por onde ando me publiquem...os grandes querem sexo e fofoca social. A prova que sou lida é que sou logo traduzida na Alemanha, na Erata de Leipzig, e por vezes em belas edições bilingues, provas de grande amor pela escrita, poética ou outra. Penso no meu romance MATRIZ, esgotado na Presença. Por que não o reeditam? Perguntam-me às vezes. Saiu na Alemanha com o título de Anfang, é o preferido do meu editor de lá. Mas aqui nada. E eu que prescindo de royalties para ajudar.



Zunái: O que você busca na poesia?


YC: Na poesia busco vozes originais, saber e pensamento. Na minha como na dos outros.

Devia ler, se não leu ainda, Heidegger, WAS IST DENKEN? O que é pensar? Escrevi um pequeno ensaio sobre isso, deve estar no blog, mas pode ser que ainda encontre no meu word tão mau. Ele parte, neste conjunto de seminários que deu, depois de perdoado pelo seu nazismo, de regresso à sua Universidade de Friburgo, se não estou em erro, de um belo hino de Hoelderlin MNEMOSYNE (hino à Memória): Somos um sinal que perdeu o sentido... Pois eu o que procuro é isso mesmo, como ele: o sentido, que é o sentido de SER. Não por acaso a sua maior obra se dedica ao SER e o TEMPO...



Zunái: Quais são os teus projetos para o futuro?


YC: Estou a escrever um novo livro de poesia, para a Eufeme, Ventanias tenho 51 poemas, quero parar ou aos 77 ou aos 80, vou ver com o editor, ambos gostamos de livros pequenos, e na vida quero a alegria do marido vivo, de filhos e netos nos seus caminhos. Na escrita, o que os dias me oferecerem. Que mais posso desejar, na minha idade? Ser lida, tal como escrevo.

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