cá matutando
que mundo modorrento
amigas longe
amigos distantes
não mais boemia
Talvez uma vez
e bem naquela noite
de plena descoberta
você não mais quisesse
beijo na boca
Um bom bolero
são “dois pra lá dois pra cá”
passos de dança
para bem comemorar
o gozo dos amantes
Já vi o filme
nunca mais iremos ter
as aventuras
que vivemos ao luar
naquela noite de luz
Viajar e viajar
parar em cada porto
sem nenhum plano
seguir viagem além
até chegar em casa
Na cruz das almas
a paz consolida a morte
reina a quietude
no condomínio
de silêncio e pedra
A negritude
deve ter mais direitos
do que lhes dão,
suas reivindicações
são cheias de sentido
só esperando
sentado na varanda
a banda passar
com toda batucada
a pingar suor nas pedras
tempo perdido
preso à burocracia
ou não vivido
revigorar os dias
e as noites de gozo
solidão feroz
atravessar a noite
trás da palavra
retrofabromacstrongzap
dedilhar o dia D
flores em gala
ensaiam os passos
para a primavera
rã bailarina
no meio do palco
engoliu um sapo
de manhã eu assobio
no banheiro
para o sabiá
lasca de unha
uivo da natureza
lua crescente
fio da navalha
de um lado o tato
do outro o talho
voa passarinho
defeca nas nuvens
bica meu reino
ao ler a bula
descobri a poção
do meu veneno
era só um mágico
com uma cartola
nas mãos
cheiro de frio
sinto na pele
o som de cada cor
pela fresta da porta
sopra o vento
dos curiosos
Kommentare